sexta-feira, 30 de abril de 2010

Antes que termine o dia






“Tempo, tempo, mano velho
Falta um tanto ainda, eu sei
Pra você correr macio...”
Amo essa música na voz da Fernanda Takai. Ao mesmo tempo em que é sexy, me passa a noção de que o tempo realmente para, de que realmente falta um tanto(de tempo), para que o tempo corra... É irônico e filosófico. Mas, todo mundo sabe que, tirando situações legais como essa(ou ilegais como outras), o tempo não para. Há inúmeras dissertações sérias e textos poéticos sobre o tema, mas é sempre bom desentender o assunto, principalmente de uma perspectiva nerd.

Assim como o momento de insanidade criativa(ou insight, como me ensinou depois o mestre @omtouche), o tempo é também é crucial pra determinar a qualidade de um meio de entretenimento. Você, meu amigo nerd, atleta de sofá como eu, já parou pra pensar porque que os games oficiais de filmes são tão abaixo da média de qualidade? Isso acontece, geralmente, por que os grandes estúdios de Hollywood fazem pesquisas de opinião sobre futuros lançamentos; dependendo do resultado, essas empresas fazem verdadeiras “encomendas” às softhouses. Lógico que há o caminho inverso, quando a softhouse compra o direito da fazer o jogo, mas não vamos entrar no caso... Então, as desenvolvedoras são obrigadas a fazer um produto num prazo curtíssimo para que o jogo seja lançado junto ao filme. Os resultados são jogos medíocres, e softhouses milionárias e mal acostumadas. E.T., para Atari 2600, que é reconhecidamente o pior jogo de todos os tempos foi um exemplo dessa pressa. Mas há casos contrários e de sucesso: a Eidos Interactive resolveu a um tempo atrás fazer um game do Batman. Só que dessa vez, sem se prender a nenhum produto do morcegão que seria lançado, como um filme ou um desenho, mas pura e simplesmente no personagem de Bob Kane, Bill Finger e DC comics. Sem rédias. O resultado? Batman: Arkhan Asylum(PS3/X360), um dos melhores jogos de 2009, e uma das melhores representações do Batman de todos os tempos.

Outro exemplo: séries de TV. Produtores de séries de TV têm contratos de tempo com as emissoras. Alguns meses, na maioria dos casos. Aí os roteiristas têm que se virar pra escrever algo empolgante e que se encaixe no prazo. E então, sempre surgem problemas como: “falta criatividade para o curto prazo que se dispõe”, o que explica a curta 3ª temporada de Supernatural; ou o problema “o tempo era até demais pra esses roteiristas ruins”, o que explica o que aconteceu com a já clássica série/piada Reunion: primeiros episódios até empolgavam, mas a Fox interrompeu a série no episódio 13 por falta de audiência... O curioso é que o SBT comprou o direito de exibir a série anos depois e INVENTOU um final ridiculamente narrado pelo locutor oficial da emissora...

Não quero nesse post defender os prazos infinitos, até por que isso não existe. A mensagem que quero deixar é: SAIBA ESTIPULAR SEUS PRAZOS. O @Peein disse uma vez: “tente achar o seu RÍTMO, assim que o fizer, não saia mais dele”. Certíssimo. É por isso que mantenho meus alarmes de hora em hora, apesar dos protestos. É por isso que postar de 7 em 7 dias pode ser melhor do que posts diários ou quinzenais. É por isso que na UnB temos semestres de aula, e não trimestres ou anos. É por isso que o desafio Activia faz tanto sucesso... Ta, parei. Mas há situações na nossa vida em que esperar mais de um ano é um acerto, e há outras, em que deixar que mais um mês se passe é um erro. Portanto, saiba o que você vai fazer, antes que termine o dia.



2 comentários:

  1. 1 Ano? Que tal 4? ou foram 5? ja perdi até as contas.
    É acho que agora sim...to fazendo valer o nome do meu filme preferido 'Antes que termine o dia'!

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