quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Resgate da Dignidade


Olá, pessoal!

Plagiando alguns colegas do blog, quero aproveitar este espaço para agradecer as pessoas que comentaram. Quem escreve sabe da importância desse retorno. Fico muito feliz por ter conseguido passar uma mensagem para vocês. E obrigada também aos que não comentaram, mas leram.

Hoje, vou dividir com vocês uma experiência muito enriquecedora que tive há três anos. Durante a faculdade, uma professora muito querida, chamada Ana Paula Ferrari, lançou um desafio: a turma tinha que fazer textos narrativos a respeito do preconceito estético. Feito isso, foram escolhidos quinze textos que seriam lançados em um livro. Eu tive a felicidade de estar entre os alunos escolhidos e ter o meu texto publicado no livro “Beleza à Venda: auto-estima não tem preço”.

Apesar de o tema não ser novo, a cada dia se intensifica e se manifesta de maneira cada vez mais complexa. A imposição de um padrão de beleza prejudica o presente e o futuro das vítimas do preconceito estético que, na maioria das vezes, sofrem caladas.

Com base nisso, segue a primeira parte do texto “Resgate da Dignidade”, que narra a história de uma vítima de preconceito estético no núcleo familiar.

ESSA FOI A ÚLTIMA HUMILHAÇÃO. Maria Paiva* decide por fim a sua angústia. Desce as escadas correndo, procura desesperadamente a caixa de comprimidos. De repente, um cai e ela pensa por um momento em desistir. Mas não! Essa é definitivamente a única saída. Então, engole um por um lentamente. A cada comprimido um pouco de sua dor ia embora.

Enfim, fecha os olhos. Não pela última vez. Ao acordar, as paredes brancas do quarto segam sua visão. Logo, encontrou os olhos de seu amado. Valdir Pires* estava a sua espera. Depois de tanta aflição, ver o despertar de sua amada trouxe de volta a alegria de viver.

Valdir* lembrou do ano anterior, quando conheceu a mulher que seria a mãe de seus filhos. Na ocasião, ela passava na rua acompanhada da irmã dele, imediatamente foi como se aquele olhar tivesse que ser seu para sempre. O jovem policial deu um jeito de se aproximar dela e foram apresentados. Maria mentiu seu nome. Ela se apresentou com Janete, achou que nunca mais veria o rapaz, então não teria problema algum.

Pela força do destino, os dois se encontraram uma, duas, três vezes. Com o tempo, perceberam que suas almas eram uma só. Viveram momentos inesquecíveis juntos. Depois de um ano de namoro, resolveram selar a união. A cerimônia foi singela. Mas repleta de amor.

O conto de fadas logo acabou. O casal construiu uma casa no quintal da mãe de Valdir*, dona Rosalina Pires*. Ela acreditava que seu filho merecia uma mulher magra e mais bonita. Maria não preenchia esses requisitos.

Então, Rosa, como era chamada por todos, começou a perseguir a nora, sem deixar que Valdir percebesse. Tinha receio que o filho fosse contra a sua atitude e a abandonasse para viver com a esposa. Esperava Valdir sair para o trabalho e começava a agredir Maria com palavras.

A continuação dessa história você confere na próxima quinta-feira.

Até lá!


7 comentários:

  1. Fiquei curiosa para ver o fim da história, concordo plenamente somos julgados pela nossa aparência o tempo todo.
    Ótimo texto e espero o final da história.

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  2. oi agradeça ao seu mentor intelectual kkkkk.
    vamos ver o q vai dar a estória no próximo post, apesar de já saber pois ja li o livro.
    parabens minha pretinha e com certeza teremos muitas pessoas que irão se identificar com o conto. bjs

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  3. Tema muito interessante e o conto está super envolvente, as pessoas falam muito de preconceito racial e se esquecem do quão grave é o estético, nos dias atuais a famosa frase "que me desculpem as feias mas beleza é fundamental" faz mais sentido pra conseguir emprego, conseguir um namorado, é o primeira coisa que olham.
    espero a 2º parte, não conheço o livro ainda.

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  4. A cada dia que passa somos julgados pela aparência, eu já sofri com esse tipo de preconceito e sei como é marcante.
    parabéns pela escolha do tema.

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  5. Esse tema é FÓDA,sempre envolve muitas pessoas,gosto da forma como escreve,SIMPLES,porém inteligente!

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  6. Esse tema é bem atual mesmo, hoje em dia o culto ao corpo é muito exagerado.
    Gosto muito da maneira com você escreve, o seu texto flui de uma maneira leve.
    Parabéns.

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  7. Muito bom o post Patrícia.
    E a proposta que a professora fez à turma só me deixa com mais vontade de fazer comunicação social...

    Enfim, o tema do texto é atual, e postá-lo aqui como alerta foi uma bela ação, Pati.

    Fiquei curioso.

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