quinta-feira, 3 de março de 2011

Resgate da Dignidade- 2ª PARTE

Olá, pessoal!

Hoje é o dia da 2ª e última parte da narração. Peço que não leiam a 2ª parte antes da 1ª.

Manhã de quarta-feira. Valdir vai trabalhar e se despede da mulher com um beijo. Ela resolve fazer uma surpresa para ele. Vai à feira e compra o peixe mais bonito que encontra. Esse era o prato preferido dele. Volta para casa radiante. Ansiosa, para preparar um delicioso peixe frito. Não queria que nada desse errado, até que dona Rosa aparece e a sessão de tortura começa. A sogra diz a Maria que não adianta ela preparar aquele prato, pois seu filho vai abandoná-la de qualquer maneira. Pergunta se ela não se olha no espelho. Se não enxerga que seu filho só está com ela por pena. “Mais cedo ou mais tarde ele vai criar coragem e te abandonar”, finaliza.

Maria era uma pessoa alegre e carismática. No seu coração, não havia espaço para sentimentos negativos. Procurava perdoar tudo o que lhe faziam de mal. Assim tentou agir com a sogra. Procurou entendê-la. Achava que seu comportamento era motivado pelo ciúme que sentia do filho. Por isso, decidiu que não contaria nada a Valdir. Não queria provocar um atrito entre os dois.

O tempo passou e as humilhações não cessaram.

O brilho no olhar e a doçura de Maria foram se apagando. A moça sonhadora e bondosa foi dando lugar a uma mulher depressiva e amarga. As brigas com seu companheiro tornaram-se freqüentes. A harmonia entre o casal foi sumindo aos poucos. Valdir não entendia a transformação. Nem imaginava que sua mãe era responsável por toda a infelicidade que acompanhava o seu casamento. Quando ia desabafar com a mãe, Rosa dizia a ele que também não entendia a mudança de Maria. Ainda o aconselhava a ter calma, que essa era apenas uma fase.

A moça foi entrando num poço cada vez mais fundo. Sentia-se só e amargurada. Achava que a culpa de tudo era dela. Pois, se fosse magra todos gostariam dela. A depressão foi tomando conta de sua vida. E a vida foi perdendo a graça. A única saída era a morte.

Humilhações. Tentativa de suicídio. Dor. Baixa auto-estima. Angústia. Maria resolve deixar tudo isso para trás. Decide contar toda a verdade ao companheiro e dar uma nova chance ao amor dos dois. A cada declaração, mais perplexo Valdir ficava. Não acreditava que sua própria mãe tivesse lhe traído de maneira tão cruel.

A pedido da esposa resolveu não tirar satisfações com a mãe. Resolveram mudar para um bairro distante, a fim de resgatar a relação de amor e companheirismo que tinham. Dona Rosa, a princípio, foi contra a decisão do casal. Com o tempo percebeu que já não havia o que fazer. A única opção que lhe restou foi aceitar a escolha do filho.

Em pouco tempo, Maria descobriu que estava grávida. Os dois não cabiam em si de tanta felicidade. Passaram a olhar novamente para a mesma direção. Perceberam que o amor que tinha era maior do que qualquer preconceito.

Dona Rosa, com 96 anos, foi vítima de um câncer. Por irônia do destino, foi morar com o casal. Maria mostrou generosidade. Permaneceu ao lado da sogra. Deu-lhe carinho, compaixão e amor até o último minuto de vida. A sogra morreu em seus braços e antes de fechar os olhos disse: “Minha filha, me perdoe por todo o sofrimento que causei a você. Graças a Deus tive a oportunidade de retificar o meu erro em vida”.

Hoje, Maria não se preocupa com o peso a mais, já que isso não representa risco à sua saúde. Quando questionada se não tem vontade de emagrecer e alcançar o peso ideal ela responde: “O peso ideal não existe. Ele se situa naquele ponto da balança em que você olha no espelho e sente-se feliz e em harmonia”.

Os quilinhos a mais da esposa nunca incomodaram Valdir. Ele sempre fez questão de deixar claro que os encantos de Maria a tornam mais bonita e atraente do que qualquer mulher com a silhueta perfeita.

Com três filhos e cinco netos, são exemplos de luta. Os altos e baixos fortaleceram a união do casal.

5 comentários:

  1. se os personagens da vida real ficam sabendo que foram parar na net, kkkkk.
    depois mostra a eles, parabens pelo post.

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  2. Imagina se eles sonham? kkkkkk Me matam! Ainda mais porque quem os conhece ao lê os identifica logo.
    Brigada, amor!

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  3. Que bela história!
    Quando vi aquele começo já achei que seria uma história triste, como a minha em um post passado.

    É sempre revigorante ler histórias de amor, e com uma mensagem de utilidade social no fundo é ainda melhor.
    E os personagens são reais! Que legal.

    Já diria Pedro Bial : "Nunca leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio".

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  4. Brigada, David. A história é bem real e posso dizer que de certa forma faço parte dela. Foi muito bom ter a oportunidade de transmitir essa mensagem no livro e agora aqui. O livro traz outras histórias bem interessantes e reais. Se quiser ler, deixo um exemplar com o Weslley.

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  5. Além da história ser boa, ainda é real! Pra quê melhor? Belo exemplo Pati.

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