sexta-feira, 21 de maio de 2010

Playlist




Você tomou um susto e bateu na testa quando leu o título ali em cima, qual é, fala a verdade. Não. Não vou fazer uma lista das músicas que mais gosto ou que mais marcaram minha vida. Até por que eu não consigo. É que estamos numa semana divina, que é também a 7ª semana do 7cos. E lembrando disso, é impossível não lembrar de música. Desde a primeira semana, meus amigos 7cos têm desfilado por aqui suas listas de músicas favoritas, as razões para serem ouvidas, suas opiniões sem bolhas, ou a paixão pelas músicas de suas paixões... Mas como essa parada(musical) aqui é o DESENTENDENDO, não falarei sobre músicas. Falarei sobre música.

Dentre todas as formas de arte, a música é com certeza, depois da literatura, a mais fundamental para as demais. Afinal, os primeiros registros históricos que se tem de música são dos corais que narravam as tragédias e comédias dos personagens no teatro da Grécia na antiguidade. Estudiosos em música até dizem que a métrica dessas narrativas era algo que lembrava a métrica do rap moderno (!). O cinema é outra forma de arte que dependeu muito da música pra crescer e se desenvolver. Na célebre época do cinema mudo, em que as pessoas se amontoavam em salas pequenas para acompanhar notícias de uma semana antes ou as peripécias de um certo Charles, o que quebrava a monotonia era sempre algum coitado no piano, ou uma pequenina orquestra ou fanfarra.

E foi do cinema que a coisa estourou pra outras praias. Trilha sonora se tornou algo fundamental desde os primeiros filmes do cinema moderno. Seja para embalar casais apaixonados ou as noites de sábado em 1977, a música esteve presente.Tanto que hoje é mais que comum um filme contar com uma orquestra completa exclusiva para tocar seus temas. E a música tornou certas cenas eternas. Psicose não seria um clássico se não fosse a música na hora da morte. E a música do Tubarão? A clássica melodiazinha de O poderoso chefão? E dos inícios de Harry Potter? E quando o cinema “toma emprestado” algumas canções? Whitney Houston não seria o que é hoje se não fosse “I will always love you” em O guarda costas. E “Eye of the tiger” não seria um clássico se não fosse Rocky. Mas o final de Efeito borboleta não seria tão enigmático se a música não fosse “Stop crying your heart out” do Oasis. E não podemos esquecer os musicais do cinema, que inspirados em espetáculos da Broadway(quem não conhece “Memories” de Cats?), fizeram muito sucesso, como Cantando na chuva, Grease nos tempos da brilhantina, e mais recentemente com a garotada, High School Musical. Estes inspiraram vários programas de TV, como Glee. E já que falamos em TV...

Como a caixa de imagens surgiu quase que uma substituta nos corações das pessoas na época de ouro do rádio, era muito natural que a coisa viesse com muita música. Desde os primórdios as emissoras de TV investiram em atrações musicais, como shows gravados de cantores que nem tinham sua imagem conhecida por fãs mais distantes. E tudo na TV ganha um tom de eternidade quando tem uma música junto: novelas, séries, propagandas, horários políticos, e até tragédias. Quem nunca guardou na mente uma abertura de novela?(Blue mooooon, blue blue bluuue...) Todo mundo sabe cantar a música do lava rápido de três andares Hot Wheels, ou aquela da pipoca com guaraná... Todo mundo lembra ao menos uma música de um político... Animes como Naruto, Bleach, e Death Note não teriam o publico e o apelo visual que possuem se não fossem aberturas e encerramentos bem produzidos... e quem aqui também sente aquele aperto no peito toda vez que escuta a musica do Plantão da Globo?.. A partir dos anos 80, surgiram emissoras especializadas no assunto música, como a Mtv, e hoje, é comum assistir à programas de videoclipes (que projetam artistas até mais do que as rádios) ou reality shows musicais.

Mas convenhamos, nerd que é nerd não tem TV só pra assistir a programação. Tem que ter seu videogame ali instalado. As musiquinhas em MIDI surgiram mais nos games só nos anos 80, primeiro nos arcades, depois nos consoles caseiros. Essas primeiras musiquinhas, toscas e limitadas, até hoje fazem um sucesso enorme com os fãs, e até inspiraram a criação do gênero “Blip-Blop”(que o @omtouche ama). Assim como no cinema, nos games também houve uma notável evolução musical, e hoje as produtoras também contam com orquestras inteiras a disposição de mentes brilhantes como Koji Kondo e Nobuo Uematsu. Há séries em que a trilha sonora é tão boa, que seus Cds vendem como água, vide Final Fantasy e Metal Gear Solid(amo “Snake Eater” da Cynthia Harrell!). E quando a música vem de fora, o sucesso também é absoluto: as franquias GTA, Rock Band e Guitar Hero são favoritos em qualquer lan party. E fala sério: quem não conhece a musiquinha do Super Mario?

Enfim, se você também viajou por um mar de nostalgia nas últimas linhas, ta provado que “música” não é só aquilo que sai dos seus fones de ouvido, ou daquele velho rádio-relógio. Música é toda melodia e ritmo que transmite emoção. É todo acorde e nota que não tocam somente os ouvidos. Pequenos passos podem ser uma bela canção para pais de primeira viagem. Um “sim” ou um “aprovado” podem virar uma letra de música agradável pra quem precisa. O ritmo da chuva também pode embalar casais apaixonados. E a batida de um coração próximo é a sinfonia favorita de quem ama... O meu desejo é que todos possam encontrar a melodia, o ritmo e a métrica que mais precisem e combinam com você, para que façam da vida(ou não) a sua melhor playlist.

P.S. Esse post gigante foi feito ao som da função “Shuffle All Discs”.


2 comentários:

  1. Tomei un susto com esse título.
    Mas enfim...amei o seu jeito de falar de música.
    Sempre Nerd, sempre com coisas que eu conheço, e sempre com coisas novas pra conhecer.

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