sexta-feira, 30 de julho de 2010

"Autismo"





*Muita atenção às aspas no título do post.

Antes de mais nada, gostaria de pedir sinceras desculpas à todas as pessoas que me conhecem e gostam de mim. Não sou falso, só não gosto que as pessoas se sintam mal.

Esse post é uma fotografia que tirei da minha mente ontem à noite, em um dos momentos que mais odeio na minha vida.

“Autismo”

Odeio quando isso acontece.
Só penso no estresse, o clima entristece, e auto-estima desce.
Odeio tanto que dessa vez resolvi não deixar só no pensamento.
Quero ler isso no futuro, como um provável tratamento.
É um saco sentir-se chateado, sem saber direito o motivo.
É um saco somar isso à um perfil passional e emotivo.
Se uma coisinha qualquer não dá certo, eu me julgo culpado.
E por isso, na hora das obrigações me sinto desmotivado.
Por que a maioria das escolhas que faço não me parecem a certa?
Por que toda porta em que chego nunca está aberta?
Tô cansado de tanta discriminação.
De tanto julgamento, de tanta humilhação.
Minha magreza, feiúra, (falta de) estilo, e miopia.
Viram alvo da chacota, dos comentários e da ironia.
Criticam meu jeito de vestir, de me sentar, de agir, de pensar...
Tô cansado de ser discriminado por amar.
Amor, pra mim, sempre foi uma obsessão.
Eu queria saber se o passado me deixou um coração.
Mas graças à Deus, tive a capacidade de amar.
Mesmo sem tê-lo vivido, o amor consegui doar.
Hoje regozijo os resultados daquilo em que acreditei.
E essa é a única certeza que tenho: dela eu nunca desistirei.
Não sei se o presente me mantêm, ou se a esperança é meu alimento.
Sou gestante dessa história de amor, e nela eu me sustento.
Mas esse é que é o problema: minha estrutura só possui um pilar.
Se ele se quebra ou se vai, não sei se dá pra continuar.
Tudo o que tenho na vida, me veio de forma circunstancial.
Não tenho muitos méritos, não posso dar lição de moral.
Odeio a imagem que eu passo: bem-humorada e inteligente.
Se eles soubessem o que sou: um sem dons, totalmente dependente.
Eu tento vender uma imagem de nerd intelectual.
Que entende de muita coisa, e vasta bagagem cultural.
Pra dizer a verdade, tudo isso não passa de um sonho.
Até tenho muita vontade, mas nunca me proponho.
Nao tenho muitos talentos, sou preguiçoso e atrapalhado.
Na verdade meu ritmo é lento, sem confiança ou resultado.
Para minha família, sou aquele que só quer saber do estudo.
Se "estudar" é aquilo que eu faço, meu destino é ser vagabundo.
Pergunte aos meus amigos: qual é meu ponto forte, do que mais entendo?
E vê se a resposta não é exatamente aquela imagem que eu vendo.
Não sei de muita coisa pro futuro, só sei quem é minha preferida.
E enquanto isso não chega, tento dar um sentido pra vida.
Talvez eu esteja escrevendo isso só pra ver se alguma coisa muda.
Mas tenho quase certeza que é só pra pedir uma ajuda.


3 comentários:

  1. Nuss que pofundo.Mas não vejo isso como problema não sabe!!!Aliás milhares de pessoas vende uma imagem que não as corresponde.Praticamente é o que nos impõe...geralmente as pessoas costumam julgar, gostar ou não gostar de algo baseado na influencia que os outros teem sobre nós...muita gente inclusive deixa de ser, agir ou ate mesmo algo simples como palpitar devido ao medo de pensar no que as pessoas vão achar ou dizer ao seu respeito!Isso é uma grande merda!!!!Foda-se o mundo eu quero mais é ser quem eu sou!!!!
    Enfim....lindo post!Sinceridade e alto critica...e um estalim de desabafo, coisa que poucos tem coragem pra fazer....

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  2. Porra, MOVA. progresso vem de dentro da gente,se pá, 'nóis quer muié sim, quer um dinheirin também, só que quem pensar pequininin vai ficar SEM'

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