domingo, 27 de março de 2011

Eu tô falando de amor...


Olá muchachos!
Bem, faz um bom tempo que não falo de amor por aqui. Nem sei se gostam, mas hoje é o que eu tenho pra falar.

Teve uma época no Twitter em que surgiu essa história de “amor é outra coisa”. Exemplos? “O amor não te deixa quente e te leva pra cama. O nome disso é dengue. O amor é outra coisa”. O amor não faz o coração bater mais rápido. O nome disso é arritmia. O amor é outra coisa”. Frases desse tipo se espalharam pela internet, e vira e mexe ainda topamos com elas por ai. Essas frases são legais, e talvez um passatempo pra corações desiludidos. Pegam expressões usadas pra “definir” o amor, e as derrubam, colocando as coisas em uma perspectiva mais real. E no fim das contas, elas são reais mesmo, porque “O amor não te faz perder o ar. O nome disso é asma. Amor é outra coisa”.
Então o que é amor???

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?”

Luís de Camões quem disse. Contraditório ele, não acham? Eu não acho não. O amor é que é contraditório.
O amor nos deixa doente. Doente de ciúmes, de possessividade, de saudade...
O amor nos deixa cegos. Nos deixa paranóicos. Não vemos o que temos que ver, e vemos o que não existe.
O amor nos faz ter ataques de fúria por besteiras, nos faz brigar por besteira, nos faz chorar por besteira.
O amor deixa as pessoas doidas.
O amor nos faz inventar aqueles apelidos bobos, e falar “bêbêzez” na frente dos outros.
É o amor que te faz perder as estribeiras. Que faz você fazer as coisas sem pensar.
O amor te faz espremer espinhas alheias!
O amor te faz gostar de coisas que você odiava.
É o amor que te deixa confuso, sem saber direito o que fazer.
O amor nos faz esquecer nós mesmos, pra lembrar só do outro.
E sofrer por amor dói, mas é melhor do que nunca ter tido a oportunidade de senti-lo.

O amor pode surgir de repente, e pode demorar muito pra surgir. E quando surge, tem mais força que uma bomba atômica.
Amor é quando você se sente segura naquele abraço. Mesmo que seja um abraço frouxo.
Amor é o que te faz ver as cores mais bonitas ao abrir os olhos depois de um beijo. Ah, aquele beijo, bem devagarzinho, que te faz viajar pra longe, que te faz esquecer até o próprio nome.
Amor é o que te faz entrar em desespero só de imaginar perder a pessoa amada por um minuto.
Amor é o que te faz sentir aquilo, quando o ser amado te toca. É algo como um toque de mágica, não sei bem explicar... Um toque que te esquenta, que te relaxa. Que te faz querer sempre mais.
Amor é o combustível que não precisa destruir nada pra existir.
Amor, é o que nós humanos, podemos ter em comum com a natureza, e com os seres celestiais.
Amor é o que te faz ser insistente. É o que te faz criar forças inacreditáveis pra lutar por quem ama.
É o que te faz ser engraçada, só pra arrancar aquele sorriso lindo em um dia triste.
Amor é o que te faz sentir o cheiro de alguém no meio do nada.
É o que te faz cantar no meio da rua com aquela voz boba e desafinada.
Amor é o que te faz escrever poemas, e te coloca a mania de dizer que a música que está tocando no rádio, é sua.
Amor é o que te faz ver a diferença entre fazer sexo, e fazer amor.
Amor é o que te faz se apaixonar todo dia, mesmo depois de tanto tempo já apaixonada.
Amor é que te faz acreditar no “pra sempre”.
Amor é o que alimenta a sua vida, e a sua alma.

E depois de tanto tentar entender o que é o amor, você percebe que não precisa defini-lo. Amor é isso aí, bem maior que você, e que ninguém pode ver. Só sentir. Amar é não desistir.

Xero... da Cereja que é contraditória como o amor. Que ama, e que não desiste.

Ps:Hoje deixo pra vocês não só uma música, deixo também um texto de Caio Fernando Abreu, um autor que “conheci” a pouco tempo, mas que se tornou um de meus preferidos.

Remar

Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar.
                                                                (Caio Fernando Abreu)

Ai fiquei até emocionada (snif, snif). Mas agora uma música que diz boa parte do que tentei dizer aqui:


Eu podia ser seu espinho
Ser a pedra no seu caminho
Seu ciúme doentio
Mas eu estou falando de amor
Eu podia ser sua tara
A ferida que nunca sara
Te humilhar, te dar na cara
Mas eu estou falando de amor
Eu estou falando de amor
E não da sua doença
Falando de amor
Eu estou falando de amor
E não do que você pensa
Falando de amor
Eu podia ter o segredo
Pra te transformar num brinquedo
E te deixar morrendo de medo
Mas eu estou falando de amor
Eu podia ser seu escravo
Pra você deixar de quatro
Me fazer de gato e sapato
Mas eu estou falando de amor
Eu estou falando de amor
E não da sua doença
Falando de amor
Eu estou falando de amor
E não do que você pensa
Falando de amor
Eu podia ser um mistério
E viver cercado de estórias
Só te olhar do jeito mais sério
Mas eu estou falando de amor
Eu podia ser a ternura
Sem desejo, beijo, nem sexo
Ser somente a história mais pura
Mas eu estou falando de amor

3 comentários:

  1. Tão lindo e romantico esse post' pena que não
    acredito muito no assunto rssrs
    saudades cereja!

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  2. Tudo depende do ponto de vista.
    Você está no topo da montanha XD

    Quando se está para além do vale no fundo do precipício do amor a gente espera que nada disso seja amor, que seja outra coisa, algo melhor, que nos faça apenas bem e não a grande bagunça que nos jogaram onde estamos... ^^

    Por isso amor é outra coisa, tem que ser outra coisa!

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  3. Tudo depende do ponto de vista.

    E tamabém já estive além do vale no fundo do precípicio. Só que o dia de estar no topo da montanha chega, e a gente percebe que amor realmente é outra coisa; não é aquilo que te jogou no precipício.

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